sexta-feira, janeiro 09, 2004

Caros Leitores.
Peço desculpa pela ausencia do meu habitual post no dia de ontem, mas um forte surto gripal, impediu-me de escrever a habitual crónica diária. Gripes do caralho este ano, foda-se!
Bem, vamos ao q interessa... vou entao falar dessa merda desse tema q já me enjoa, "O Processo Casa Pia"
Agora tem-se falado muito das cartas anónimas, Se o Ministério Público tivesse ignorado ou destruído as cartas anónimas do «caso Casa Pia», que envolvem altas individualidades e figuras públicas, seria de imediato acusado, na primeira esquina à saída do DIAP, pelos advogados de defesa e pelo coro indignado de vozes que agora se faz ouvir a crucificar o MP, de estar a encobrir provas, a proteger eventuais culpados, a manipular e inquinar o processo. Alguém tem duvidas, caralho???!?
A questão não é, pois, a da ocultação ou destruição de tais cartas, mas a da sua divulgação. E, neste ponto, a responsabilidade é, no essencial, de quem teve o interesse de dar a conhecer uma parte do seu teor (e apenas uma pequena e cirúrgica parte) à comunicação social e, obviamente, de quem a divulgou. E não de quem é confrontado com o facto de tais cartas anónimas existirem, entre muitos outros documentos do processo. O que será lícito questionar ao Ministério Público, neste caso, é se tais cartas anónimas e "irrelevantes", nas palavras do próprio procurador-geral. deveriam ter sido apensas ao processo, na fase da sua abertura à consulta, ou arquivadas à parte. Mesmo sabendo-se, para quem preserva algum realismo, que o arquivamento não obstaria à sua posterior publicação por quem estivesse e está, como se constata, tacticamente interessado em fazê-lo, para desacreditar a investigação judicial.
Fez bem o nosso Presidente da Republica, Jorge Sampaio ao dirigir-se ao país numa curta e sentida declaração em defesa do seu bom nome e da dignidade do cargo de Presidente da República Portuguesa. Quem cala consente, caralho!!! É ou nao é ?!? diriam muitos dos filhos da puta que já o davam como envolvido no escândalo, e há limites que, ao serem ultrapassados, exigem uma intervenção clara e responsabilizadora do Presidente. Fez ainda bem Jorge Sampaio em apelar directamente à contenção e ao sentido de cidadania dos profissionais da comunicação social. Isto já anda a ser um abuso!!!!!!!!!
Mesmo admitindo que se considere relevante, do ponto de vista noticioso, a existência, num processo com milhares de páginas, de cartas anónimas com referências a nomes conhecidos (e elas existirão em milhentos outros processos sem qualquer relevância) – seria esse o facto a noticiar: que o MP apensou ao processo algumas cartas não identificadas que envolvem figuras públicas. Os nomes, tais como as cartas, eram totalmente irrelevantes. A menos que se quisesse explorar o impacto sensacionalista da sua divulgação ( o que hoje em dia é o pão nosso de cada dia ).
Os pretextos e a argumentação de grande parte da imprensa portuguesa, para alimentarem o escândalo são, no mínimo, ridículos e de uma total irresponsabilidade. E o estilo degradante e sem regras da imprensa de escândalos, começa a ter mais seguidores do que seria de esperar.

Sem +
kot